quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Catadora morre atropelada por caminhão em lixão da Estrutural

 

1,8 mil pessoas trabalham em condições insalubres no local. Motorista fugiu cm medo de ser agredido. Ele vai responder por homicídio culposo em liberdade.

Maria Amélia Ramos da Cruz tinha 59 anos e trabalhava com um dos filhos no lixão da Estrutural há mais de uma década. Ela foi atropelada por uma carreta de lixo. De acordo com testemunhas que estavam no local na hora do acidente, o motorista manobrava o caminhão e se preparava para descarregar o lixo. Ele acabou passando por cima de Maria Amélia, que morreu na hora.
Com medo de ser agredido, o motorista, Aldemir Vieira da Silva fugiu. Só um fiscal do Serviço de Limpeza Urbana acompanhava a descarga do lixo na hora do acidente. Em julho do ano passado, o DFTV mostrou que a operação é arriscada: o caminhão chega de ré, despeja o lixo e os catadores caminham muito perto das rodas e entre o trator que vem do outro lado. Quando a carreta vira, e eles estão bem debaixo do lixo despejado.
Os bombeiros atendem pelo menos uma vez por mês ocorrências de esmagamento no lixão. “É um trabalho completamente arriscado e insalubre. Não tem segurança em hipótese alguma porque as pessoas se aproximam sem equipamento de proteção, sem doutrina”, opina o major Deusdete Vieira, do Corpo de Bombeiros.
Os 1,8 mil catadores se organizam em seis cooperativas, mas é difícil controlar a presença de clandestinos. O motorista disse que não viu a catadora e que havia mais de 30 pessoas em volta do caminhão - o que atrapalhou a visibilidade. Ele vai responder por homicídio culposo em liberdade.


Bernardo Menezes / Salvatore Casella

Fonte: Site do DFTV 2ª Edição > 15/02/2011 > Reportagem

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