segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Famílias cadastradas ocupam imóveis na Vila Estrutural sem condição de moradia

Sheila Oliveira
sheila.oliveira@jornaldebrasilia.com.br

“Era uma casa muito engraçada. Não tinha teto, não tinha nada”. Os versos da música de Vinícius de Moraes descrevem a realidade de muitas das residências dos moradores da Vila Estrutural. Depois da espera, de quase um mês, pela remoção dos moradores que ocupavam ilegalmente o local, as famílias cadastradas na Secretaria de Habitação (Sedhab) e Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) receberam os imóveis sem condição de moradia. Mesmo assim, os moradores preferiram ocupar os imóveis a correr o risco de vê-los invadidos.

“Não tem torneira, pia e nem chuveiro. Para ter água, tivemos que colocar a mangueira no cano que fica do lado de fora da casa. A energia também é coisa rara. Só tem acesso à luz quem fez a ligação por conta própria ou com a ajuda de quem entende. Nenhuma porta tem fechadura. Tem casa que não tem nem telhado, como a da minha vizinha”, conta a dona de casa Salvadora Martins, 33 anos.

O motorista Bruno Araújo, 23 anos, diz que encontrou a casa “destruída”. “A pessoa que morava aqui arrancou os fios de energia e ainda acabou com o forro do teto. Sem água e energia, o jeito é arrumar as coisas porque o governo disse que a vistoria, para avaliar o que precisa de conserto, demorará 60 dias”, afirma.

Apesar da felicidade por receber a casa, a auxiliar de serviços gerais Maria Francisca Pereira, 40 anos, já calcula os gastos que terá. “Esperei por esse imóvel por cinco anos. Hoje estou realizando um sonho. Agora é comprar o que está faltando que é o chuveiro, torneira e fechadura para a porta e ligar para CEB ligar a energia. Aos poucos vamos arrumando.”

Leia mais na edição deste domingo (07) do Jornal de Brasília

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

Publicação: Domingo, 07/08/2011 às 08:28:56

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