quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Estrutural ganha rede de esgoto

Segundo reportagem do Jornal de Brasília que segue abaixo os moradores da Cidade Estrutural poderão instalar sua rede domiciliar na rede da CAESB. Resta sabe o tempo que irá levar para a conclusão das visitas dos técnicos. É preocupante também a situação de algumas quadra que ainda nem receberam o asfalto. Como é o caso das quadras 15 e 16 o Fórum está de olho nisso.

(10/09/2010 - 09:30)


Há anos convivendo com esgoto a céu aberto, transbordando nas ruas e até mesmo nas casas, os moradores da Estrutural começaram essa semana a receber autorizações para ligar o sistema de coleta de esgoto na rede da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Em até dois meses a companhia estima que não haverá mais fossas para o esgoto e todos os dejetos da cidade serão coletados, transportados e tratados pela Caesb. Até o último mês, a Estrutural fazia parte das regiões brasileiras que não possuíam rede coletora de esgoto. Em 2009, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, apenas 52,5% das residências brasileiras e 87% das casas na capital federal possuíam a rede.

A Estrutural começou a receber a estrutura para coleta e tratamento do esgoto em 2008. Em julho foi firmado o contrato para a criação das redes e, em outubro, começaram a ser construídas as estações elevatórias para bombear o esgoto. "Atualmente, toda a cidade possui a rede de esgoto e deve desligar suas fossas, ligando a coleta na rede da Caesb. Mas isso será feito aos poucos, conforme os técnicos da companhia visitarem as residências e autorizarem a transferência", explica o superintendente de Obras da Caesb, Marcos Melo.

Para receber a autorização da Caesb, várias normas devem ser seguidas, como, por exemplo, a existência de uma caixa de gordura na cozinha para separá-la do esgoto total e comum. "O maior problema que tivemos na Estrutural esse tempo todo foi a ligação dos moradores na rede, sem autorização. Com isso, a rede sem funcionamento ficou sobrecarregada e os dejetos voltavam para as ruas", revela o superintendente.

MUTIRÃO

Os moradores confirmam. Uma senhora da Quadra 3, que não quis se identificar, chegou em casa algumas vezes e, no meio dos móveis, estava água suja e esgoto. "Tenho a fossa, sempre usei e acabei pagando pelo erro dos outros. As pessoas parecem que não entendem, ligam a rede da casa na rede da Caesb, que sabiam não estar funcionando e outros acabam ficando com o problema", afirma. Segundo ela, várias vezes foi preciso fazer mutirão na rua com os vizinhos para eliminar um pouco da sujeira e do esgoto que alcançava as calçadas. "Reclamávamos, mas não adiantava. O jeito foi meu marido vedar totalmente a ligação que existia da casa na rede para isolar. Agora já recebemos o papel para a ligação na rede. Espero que a situação melhore porque há anos o problema de esgoto nos assombra".

Desde o início da semana os moradores da cidade estão recebendo as visitas dos técnicos da Caesb para autorização e ligação das redes. A expectativa da companhia é que, em no máximo dois meses, todos tenham a possibilidade de ligar suas redes. Geracina Pereira dos Santos e José Eduardo Fernandes foram dos primeiros a receber o comunicado da companhia.

Por mais de uma semana, há alguns meses, eles acordavam e dormiam com o esgoto na varanda da casa. "A caixa da Caesb que construíram para nós é na garagem, na varanda mesmo. As pessoas sobrecarregaram a rede, que não estava pronta e, quando percebemos, transbordava água suja e o cheiro era insuportável", afirma Geracina. "Um perigo! Temos filhos pequenos e sabemos o risco que esse lixo todo do esgoto pode trazer", completa José Eduardo.

Investimento de R$ 13 milhões

"É um absurdo a maneira que vivemos, no meio desse esgoto todo. Já não sei mais o que fazer na minha padaria. O fedor da água que desce a rua espanta os clientes e tenho medo pelos meus filhos, que são obrigados a pisar nessa lama imunda", revela Oliveira do Carmo Ribeiro, proprietário da Panificadora Sabor Mix. Há cinco anos, segundo ele, a padaria é no mesmo lugar e o esgoto fica a céu aberto. "O problema sempre existiu e você precisa ver quando chove. Não dá para saber o que é água limpa, o que é água suja, um horror."

De acordo com o superintendente de Obras da Caesb, Marcos Melo, a demora da construção da rede de esgoto na Estrutural se deve a um problema fundiário na área onde estão as elevatórias. "Demorou a liberação do local para a construção, o que atrasou um pouco. Mas agora já estão em funcionamento, nos últimos testes e, antes da chuva, esperamos que tudo esteja funcionando bem para a comunidade", justifica.

FUNCIONAMENTO

Toda a construção da rede de esgoto, contando com as elevatórias, custou quase R$ 13 milhões. Foram necessários mais de 80 mil metros de tubo e aproximadamente oito mil ligações devem ser feitas das casas para a ruap ara que tudo funcione normalmente. "Antigamente, essas pessoas usavam as fossas. Elas demoravam cerca de um ano para ficar cheias e toda a responsabilidade de chamar o caminhão fossa, limpar e jogar o esgoto em local correto era do morador. Agora é tudo responsabilidade da Caesb. Coleta e tratamento. A tubulação que é ligada na fossa será ligada na rede, que levará o esgoto até a estação de tratamento na Asa Norte", explica Marcos.


Jornal de Brasília

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