segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Moradores da Estrutural pagam taxa para receber cartas em casa

Voluntários fazem a separação e distribuição das correspondências que chegam até uma caixa postal comunitária na entrada da cidade. De acordo com os Correios, a cobrança da taxa é ilegal.


A administradora da Estrutural, Maria do Socorro Fagundes, afirma que o prazo médio para a elaboração do projeto, a abertura de licitação deve durar três meses. Até lá, os moradores vão continuar improvisando. “Os índios recebem carta no meio da mata, na Amazônia. Nós, na capital federal, não temos correio legalizado na Estrutural”, lamenta o vendedor Maruzan Amâncio.

Os carteiros, com seu tradicional uniforme amarelo e azul, não transitam pelas ruas da Estrutural. “Se a gente precisar, tem que ir lá embaixo buscar as cartas”, afirma a dona de casa Sirlândia Silva Araújo.

As correspondências são levadas todas para uma caixa postal comunitária, um convênio entre a associação de moradores e os Correios, firmado há mais de 10 anos. Voluntárias cuidam da separação e distribuição das cartas, e inconvenientes não são raros. “Às vezes a gente não vem no dia pegar e eles voltam e tem que pagar com juros porque eles devolvem”, relata o assistente técnico Jurandir da Silva.

A caixa postal comunitária funciona em horário comercial às, segundas, quartas e sextas. Terças e quintas, ela funciona apenas pela manhã. Para quem trabalha fora da cidade, os horários são insuficientes. O morador que quiser receber a correspondência em casa tem que partir para um esquema paralelo e pagar uma taxa de até R$15 por mês. “É com esse dinheiro que a gente mantêm a comunidade, a caixa postal aberta para a comunidade”, justifica a voluntária Tatiana Silva.

A cabeleleira Kelly de Oliveira para receber suas correspondências, mas desistiu. “Além de pagar para a mulher que vinha deixar a carta que estava na casa dela, ainda tinha que pagar os juros porque a carta vinha atrasada”, explica.

Os Correios explicam que a taxa é ilegal, mas o problema só vai ser resolvido quando os CEPs criados desde 2008 e os novos endereços passarem a valer. “Agora só falta o governo fazer a parte dele: comunicar a população, informar qual o seu novo endereço, porque mudou e fazer a identificação das vias públicas”, explica o gerente de operações dos Correios-DF, Edson Batista Moraes.
Nesta terça-feira (1), os Correios e a administração se reúnem mais uma vez e vão discutir essa cobrança de taxa considerada ilegal.

Rita Yoshimine / Luiz Quilião

Fonte: Site do DFTV  em 01/02/2011

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